GUERRA HÍBRIDA: AMBIGUIDADE CONCEITUAL E IMPRECISÃO EPISTEMOLÓGICA

  • MARCO ANTONIO DE FREITAS COUTINHO

Resumo

O fenômeno da guerra baliza a história. Mas seu futuro é influenciado pela própria evolução da sociedade. Tem ocorrido uma crescente discussão, no âmbito das ciências militares, sobre a evolução do combate no ciclo pós-guerra fria, que vem progressivamente adotando uma mistura de táticas e métodos convencionais e irregulares, mediante execução descentralizada, com presença crescente de atores não-estatais e uso, dentre outros, de meios cibernéticos e outras tecnologias cada vez mais sofisticadas no campo de batalha, gerando técnicas, táticas e procedimentos cada vez mais inovadores e disruptivos. Desde a década de 2000 surgiu uma discussão relativa ao aparecimento de uma nova tipologia de guerra baseada nessas características, denominadas ameaças híbridas, e que vem recebendo no Brasil a classificação de guerras híbridas, sendo denominadas por alguns autores no exterior como hybrid wars, e por outros, como hybrid warfare. A partir da eclosão do conflito verificado na Ucrânia em 2014, a discussão vem tomando maior dimensão. Neste sentido, o presente trabalho tem por objetivo realizar uma análise sobre o fenômeno do emprego das ameaças híbridas no contexto das crises, conflitos armados e guerras, procurando identificar suas origens, o seu eventual enquadramento nas tipologias da guerra e, ainda, a forma como tais ameaças têm sido abordadas em diferentes países e arranjos de segurança e defesa. Como conclusão, se buscará confirmar ou refutar a hipótese de que o surgimento das ameaças híbridas dá origem a uma nova tipologia da guerra no âmbito das ciências militares.

Palavras-chave: Poder Militar; Estratégia; Conceito Operativo; Métodos
Estratégicos; Coerção.

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Publicado
2024-01-02