Os desafios do ensino militar: transformando a pós-graduação stricto sensu em ciências militares

Contenido principal del artículo

Jacintho Maia Neto

Resumen

Ameaças ou capacidades, como as instituições militares brasileiras devem se estruturar para atender as necessidades da sociedade brasileira e as crescentes expectativas do Brasil se tornar um global player? O Exército Brasileiro (EB) tem procurado se adaptar a esse novo momento, buscando capacitar seus quadros e rediscutindo seus paradigmas, para isso iniciou um amplo debate sobre o seu “processo de transformação”. Ao apresentar esta Instituição, algumas características centrais devem ser ressaltadas, quais sejam: o efetivo de aproximadamente 200.000 (duzentos mil) integrantes, a grande quantidade de organizações militares, cerca de 650 (seiscentos e cinquenta), a alta rotatividade do pessoal de carreira e, tendo a disciplina e a hierarquia como princípios basilares da cultura organizacional. A sociedade brasileira tem exigido do Estado políticas públicas que permitam o desenvolvimento nacional, mas que também atue em segurança, defesa e ações sociais, cabendo às Instituições buscarem respostas a essas necessidades, caracterizadas, dentre outras, como de ordem pública, proteção das fronteiras, obras de engenharia e apoio a desastres naturais. Neste novo contexto, as instituições militares deverão estar preparadas para os novos desafios, mais ágeis e sensíveis às necessidades da população e às aspirações globais deste novo Estado. O objetivo deste artigo é contribuir para o debate sobre as ações estratégicas que o Exército Brasileiro tem conduzido na área do ensino militar, em especial na pós-graduação stricto sensu, para a consecução de sua transformação e como ele deve se estruturar e se relacionar para atender as novas demandas de defesa no século XXI. O ensino militar brasileiro é regulamentado por uma legislação específica, segundo o prescrito na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, que define em seu Art. 42 que “O ensino militar é regulado em lei específica, admitida a equivalência de estudos, de acordo com as normas fixadas pelos sistemas de ensino.” (BRASIL, 1996). Partindo dessa premissa e considerando a crescente demanda de pesquisa na área da defesa, o estudo pretende apresentar como a pós-graduação stricto sensu, dentro do ambiente de transformação que o Exército Brasileiro tem promovido ao longo dos dois últimos anos, pode contribuir com o ensino militar e com a melhoria das relações civis-militares no Brasil. Nesse contexto, o ensino militar tem sido impactado por demandas internas, como novas legislações, cenários prospectivos, debates, quebra de paradigmas e criação de novas estruturas educacionais. No âmbito externo, por uma maior aproximação com o Sistema Nacional de Ensino, por estudantes e docentes de diversas áreas, tais como, Administração, Ciências Políticas, Relações Internacionais, História e Geografia. Outro grande impacto na pesquisa acadêmica tem sido a crescente demanda da Indústria de Defesa, quer na área tecnológica, quer por especialistas em gestão e políticas de Defesa. Finalmente, esse estudo procura verificar como está sendo estruturada a área de ensino militar bélico face ao processo de transformação do EB, não sendo o foco o contexto da área científico-tecnológica.

Descargas

La descarga de datos todavía no está disponible.

Detalles del artículo

Cómo citar
NETO, J. M. Os desafios do ensino militar: transformando a pós-graduação stricto sensu em ciências militares. Coleção Meira Mattos: revista das ciências militares, n. 26, 14 nov. 2012.
Sección
Artículos
Biografía del autor/a

Jacintho Maia Neto, Coronel do Exército Brasileiro

CV: http://lattes.cnpq.br/5927345327001433